23 de novembro de 2010

no regrets

Nós próprias, naqueles meses, ou semanas que me pareceram meses ou que eu gostava que tivessem sido meses... Nós próprias nessa altura dizíamos que estávamos na nossa melhor fase. O problema das fases é que todas acabam, se não acabarem é porque não são fases. As fases são excepções no tempo, o que não acaba é a regra.
É ridículo estar a falar disto, já passou quase um ano, reparaste? Mas essa fase marcou. Porque eu me lembro de dizer – sim, eu tenho por hábito lembrar-me do que digo – que não tinha qualquer arrependimento. Não me arrependia de nenhum dia, de nenhuma palavra, de nenhum momento. Não me arrependia de nenhuma gargalhada, de nenhum sorriso, de nenhum olhar, de nenhum momento de silêncio. Não me arrependia sequer de nenhuma lágrima que tivesse caído por ti. Porque tudo isso tinha dado origem àquela amizade à qual eu outrora me dei ao luxo de chamar perfeita, dominada por aquela ingenuidade que a felicidade trouxe consigo. E continuo a ter muito poucos arrependimentos. Porque, quando errei, admiti e resolvi as coisas na altura, não esperei que passasse, que esquecesses. Mas ressentimentos há muitos, demasiados. E eu acho que não tens a noção nem de metade deles.
Neste momento, enquanto escrevo, apercebo-me que a única coisa da qual me arrependo é de ter lutado durante tanto tempo por “uma causa perdida”.

Sem comentários:

Enviar um comentário